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Férias com todos em casa? Tem jeito, sim!

O recesso de julho já costuma ser um desafio para os pais que não tiram férias nesse período, e com a pandemia e o home office o que poderia ser mais desafiador tem chance de se tornar um momento de crescimento e aprendizado para todos


Tirar férias escolares é muito importante para as crianças. E isso não muda em tempos de afastamento social e aulas online. Dar um tempo dos estudos, não ter que se preocupar em conectar-se em determinados horários, não ter tarefas para entregar, tudo isso faz muito bem para a saúde mental dos pequenos, ainda que precisem permanecer boa parte das férias no mesmo ambiente onde estiveram estudando, ou seja, em casa. Mas sabemos que com a junção do home office adotado por muitos pais neste momento ao fato de que muitos não escolhem esse recesso de julho para dar também um tempo do trabalho, só de pensar na casa cheia e nas crianças sem atividades escolares pode trazer preocupação. Calma, é para ajudar as famílias nisso que preparei este post.


Férias são férias (de tudo!)

Para começar, é válido saber que a função desse tempo de importante descanso mental é que as crianças não tenham os compromissos fixos do ano letivo. O que significa que o ideal é que elas saiam também de atividades extra curriculares, como aulas de música, de idiomas, de esportes etc., fazendo uma limpeza na agenda mesmo. Mas atenção, isso não é equivalente a deixá-las sem fazer nada ou propor libertinagem descontrolada, pelo contrário. Sair da rotina escolar direto para o tempo livre sem nenhuma organização pode não só ser prejudicial para o desenvolvimento como também trazer irritação e mudança de humor. Por isso, a ideia é apenas fazer uma mudança em atividades, horários e tipos de compromissos que haviam durante as aulas, tudo muito bem planejado.


Rotina é o segredo

Pode parecer contraditório sugerir uma rotina para o período de férias, mas não é não. As crianças (principalmente as menores, mas vale para todas as idades) funcionam muito melhor com um dia a dia estabelecido, e não seguir com isso pode realmente causar confusão. Portanto, a sugestão é logo no início organizar um cronograma de atividades, e com a imprescindível ajuda dos pequenos, o que é muito importante para que se comprometam e sejam protagonistas também de suas próprias férias.


Comece fazendo a lista de atividades básicas que precisam acontecer no dia a dia, como dormir, comer, tomar banho, arrumar o quarto, ajudar na casa etc. Depois, e de preferência com a participação de toda a família, façam uma lista propondo atividades de lazer, dividindo-as pelas que podem ser feitas em casa e as que são externas, por exemplo (inspire-se na lista criada mais abaixo). Então será hora de distribuir os itens das listas nos dias de férias, e nessa hora é legal levar em conta a diversificação e os limites. Com relação a horário de dormir e acordar, por exemplo, até devem ser diferentes dos cumpridos em época de aulas, mas sem deixar totalmente livre, para que não ocorra de trocarem o dia pela noite, como fazem muitos adolescentes, por exemplo.


Com o cronograma pronto, e certificando-se de que todos da casa tiveram ao menos algumas de suas sugestões incluídas, a sugestão é deixá-lo em um lugar que fique à vista de todos e ao alcance das crianças, para que possam interagir e fazer alterações se necessário. Porque, sim, é claro que está permitido realizar mudanças nos planos, quando choveu no dia de ir ao parque, por exemplo, o que pode ensiná-los também sobre a importância de, mesmo com rotina, ter flexibilidade – nas férias e na vida.


A criatividade faz a atividade

Na hora de escolher o que vai entrar no tempo livre e de diversão, não há limites para a criatividade e o que vale é a diversidade. Desde atividades produtivas, até as que ensinam, de enriquecimento cultural, desenvolvimento cognitivo e que incluam movimentos do corpo e ajudem a manter a mente ativa e aprendendo. O importante é mesclar diferentes tipos e, principalmente, que todos da casa façam parte! Não de tudo, já que são muito bem-vindas as atividades que a criança possa fazer tanto sozinha quanto com irmãos e amiguinhos, mas uma das coisas que caracteriza as férias escolares é os filhos terem mais tempo com os pais, por isso planeje-se para estar ao menos em parte das atividades. Inclusive trazê-los para as tarefas da casa é bastante válido, chamando para cozinhar ou arrumar juntos o armário de brinquedos. Só lembre-se: estar presente significa estar realmente presente, portanto comprometa-se com o que é capaz de cumprir e, quando chegar o momento, esteja de fato ali, sem fazer outras coisas ao mesmo tempo. Para os pequenos, não fará diferença se passarem juntos 20 minutos ou uma hora, contanto que seja um tempo verdadeiramente de qualidade e com presença plena, o que fará com que eles se sintam amados e felizes.


Dentro de tantas possibilidades, vale a pena dizer que os celulares e outros eletrônicos devem ser deixados de lado pelo maior tempo possível, principalmente agora que, devido às classes online, aumentou tanto o tempo de exposição às telas (estudos indicam que muitas crianças passaram mais de 50% das horas acordadas em frente a um aparelho). Claro que haverá momentos em que eles serão a fonte de diversão, mas aproveite para substituí-los ao máximo por brincadeiras, brinquedos e atividades ao ar livre. Estas, aliás, são extremamente recomendadas mesmo com a continuação do afastamento social, pois ajudam a manter o organismo saudável e até mesmo a fortalecer o corpo contra doenças. Apenas não se esqueça de seguir cumprindo os protocolos de segurança e saúde, como o uso de máscara (em crianças a partir de quatro anos) e o distanciamento entre pessoas que não são da convivência familiar. (Uma lista com sugestão de atividades você encontra mais à frente.)


Do tédio ao tudo

Não ter nada para fazer também é fazer algo – e um algo muito importante. O chamado ócio criativo é essencial no desenvolvimento infantil, já que permite justamente que a criança se conecte com sua criatividade, sem receber sugestões ou dicas do que fazer. Portanto, não se esqueça de incluir no cronograma as NÃO-atividades, ou seja, janelas de tempo em que as crianças não tenham nada para fazer. E, nesse caso, nada é nada mesmo, o que significa que o ideal é estabelecer apenas a regra de não usar nenhuma brincadeira preparada, como jogos prontos ou (menos ainda) eletrônicos, nem mesmo direcionar com sugestões, como “por que não vai pintar?”.


A ideia é que ela inicie aquele espaço de tempo de forma realmente vazia, para que desfrute do processo de tédio, em que se conecta consigo, ouve seus pensamentos, e também possa exercitar o pensar e escolher por si mesma o que quer fazer, partindo do zero. No começo, a criança pode se sentir impaciente com o tédio e até com a famosa “preguiça de pensar”, mas a tendência é que aos poucos comece a trabalhar a criatividade e, depois de algumas “sessões de ócio”, ache divertido poder escolher qualquer coisa para fazer. E essa escolha pode incluir desde as coisas mais simples, como balançar numa rede, às mais diferentes, como contar o número de objetos de uma cor na casa – mas não dê essas dicas no momento do ócio, combinado?


Para os momentos de atividades, tanto que possam fazer sozinhas quanto incluindo todos da casa, deixo aqui uma lista para servir de inspiração. Lembrando que a imaginação deve ser exercitada, assim como a participação de todos na escolha do que vai entrar no cronograma de férias divertidas.


Atividades off-line:

· pular corda

· brincar de bambolê

· desenhar livremente e pintar livros de colorir

· pintar com tinta em cartolinas grandes (e depois fazer exposição)

· modelar com massinha

· fazer bolhas de sabão

· escrever livros de histórias (com ajuda dependendo da idade)

· construir brinquedos com itens recicláveis

· brincar com os bichos de estimação


Atividades em família:

· sair para passear em parques e praças

· fazer uma "noite do pijama”, um “acampadentro” com barraca ou um piquenique (na sala, no jardim, na varanda, onde tiver)

· chamar a criança para preparar a comida, fazer um bolo

· criar almoços e jantares temáticos em que todos decoram e cozinham juntos

· organizar armários e separar roupas e brinquedos para doar

· fazer desfiles de moda (pode servir para experimentar as roupas que ficam e as que vão)

· contar e até interpretar livros de histórias

· assistir filmes em família

· plantar uma árvore, uma planta ou até montar uma horta caseira

· jogar jogos de tabuleiro

· customizar roupas


Outra dica: a Sociedade Brasileira de Pediatria, em seu site www.sbp.com.br, disponibiliza livros com a indicação de brincadeiras para cada faixa etária.


Para finalizar, vale reforçar que, por mais atividades interessantes que façam, inclusive aquelas que podem desenvolver sua cognição e parte motora, as crianças estão de férias, e a regra mais válida para o momento é brincar, se divertir, criar e se alegrar. Não é momento de exigir desempenho em nenhuma área, mas sim de deixá-las livres e felizes. E descansadas, física e emocionalmente, já que outra função importante desse período é que elas possam recarregar suas energias para quando as aulas voltarem. Já para os adultos, a sugestão é: aproveite essa oportunidade para se reconectar com o brincar! Sente-se no chão com os pequenos, desenhe, interprete, faça caras e bocas, jogue, dê risadas, divirta-se! Voltar a ser criança também faz bem à saúde dos pais, além de aumentar a conexão com os filhos.


Se quiser mais informações sobre o trabalho com orientação familiar, clique aqui!


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