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10 dicas para ajudar seus filhos em (mais um) ano de aulas online

Atualizado: 23 de ago. de 2021

Enquanto a necessidade de distanciamento social continua, deixar as crianças fazendo aula desde casa é o mais seguro, então pedimos ajuda a especialistas para deixar o processo menos custoso para toda a família

Eu sei, você que é mãe ou pai não aguenta mais o confinamento, as escolas fechadas, não poder contar com outras pessoas ajudando a cuidar dos filhos nem nos finais de semana e, principalmente, as aulas online e tudo o que envolve ter que, pelo segundo ano letivo, acompanhar as crianças no ensino a distância. Estamos todos cansados da situação, mas o panorama da saúde no Brasil indica que ainda estamos longe do fim dessa situação e, portanto, de poder “voltar ao normal” – se é que isso será possível um dia. Ao mesmo tempo, é justamente esse cansaço que nos faz ter menos paciência para lidar com a família toda em casa o tempo todo, não dar conta de fazer o próprio trabalho e ainda ajudar os filhos com os estudos, e, como consequência, explodir, brigar, causando ainda mais problemas. Por isso o que realmente vale a pena é buscar soluções!


Pensando nisso, reunimos aqui dez dicas, de especialistas da educação, pedagogos, mães e professores, para te ajudar a deixar mais leve, tranquilo e sem estresse esse período, e ao mesmo tempo incentivar os seus filhos – de todas as idades – a se dedicarem e aproveitarem os benefícios que podem, sim, ser tirados das aulas em sistema remoto.


1. CRIE UMA ROTINA


Não é à toa que nas escolas as crianças seguem uma rotina, elas respondem bem a um sistema com horários definidos. Isso significa que dentro de casa é necessário ter uma também, especialmente durante os dias da semana em que se dá o ensino remoto. Na verdade, é essencial para que as crianças consigam se sentir seguras para o aprendizado. Use a criatividade e monte uma tabela, um esquema, de tudo que precisam desempenhar no dia, com horário para acordar, as aulas ao vivo que terão, as atividades de lição e estudo e até os momentos livres, de descansar e de fazer as refeições.


A dica aqui é fazer essa rotina COM seus filhos, principalmente os menores, aqueles que ainda estão no primeiro ciclo do fundamental I. Permita que eles tenham voz nesse momento e converse sobre as atividades que eles podem escolher e as que precisam cumprir à risca, e deixe a tabela em um lugar visível para toda a família. Dessa maneira, além de organizar mais o dia a dia da casa, você está incentivando e ensinando uma parte importante da vida: ter responsabilidade e compromisso!


2. INCLUA OS CUIDADOS COM O CORPO


“Corpo são, mente sã”, diz o ditado, e é muito verdadeiro. Por isso, ao estabelecer a rotina, inclua alguns momentos para atividade física, seja em forma de brincadeiras, como jogar bola, correr, esconde-esconde (mesmo dentro de casa dá pra se movimentar bastante!), ou, para os mais velhos, algum esporte ou exercício. E se puder ser ao ar livre (caso o seu confinamento permitir), melhor!


Os alunos estão passando muito tempo na frente de telas e em ambientes fechados, e desconectar-se dos eletrônicos e ter contato com ambientes externos, especialmente a natureza, coopera para a higiene mental. Manter uma alimentação saudável e ter um horário padrão de sono também são pontos importantes para que a criança tenha condição de aprender melhor.


3. INCENTIVE AS AMIZADES


Já que estamos tendo que aprender a nos relacionar pelas telas e eles estão em frente a elas a maior parte do tempo, incentive que seu filho tenha amigos, converse sobre a vida, faça brincadeiras virtuais e até mesmo estude e faça lição “junto” com os amigos.


Além de ser uma maneira de interação entre eles, os alunos tendem a se sentir menos sozinhos e mais motivados com os estudos. Ao fazerem lição em grupo, compartilham seus entendimentos e dúvidas sobre o conteúdo e juntos buscam compreendê-las e solucioná-las. É, além de uma boa maneira de diminuir a sensação de isolamento, um aprendizado sobre cooperação.


4. ENSINE A IMPORTÂNCIA DA ORDEM


Na escola eles chegam e tudo está pronto, organizado, limpo. Em casa, podem ter a oportunidade de aprender a importância que é fazer parte desse processo de deixar tudo em ordem antes de estudar. Portanto, ensine-os a manterem o local de estudo arrumado, limpo e arejado, separando o material que será utilizado naquele dia antes da aula começar e deixando o acesso a ele fácil.


Outra dica importante é não comer no local de estudo, em cima de cardemos, computador, tablet etc., já que pode comprometer o material e também tirar o foco (tanto do estudo quanto da alimentação). Além disso, a hora do lanche pode ser um momento de descanso e lazer, tão importante entre as aulas e atividades para oxigenar a rotina. Faça dessas pausas um período para circular, movimentar o corpo e, ao retornar, conferir se tudo segue organizado antes de recomeçar o estudo.


5. ACOMPANHE SUA VIDA ESCOLAR


Acredite, isso vai além de ajudá-lo a se conectar à plataforma online. É importante os pais e responsáveis saberem em que ano escolar o filho está, o nome de seus professores, a matéria em que mais tem facilidade e aquela em que está apresentando dificuldade. Isso faz diferença tanto para você, que estará mais ciente da sua vida escolar, quanto para a criança, que sente esse interesse genuíno dos adultos em suas atividades como um ato de amor.


A maneira mais fácil de fazer isso é também a mais simples: converse com ele. Todos os dias pergunte sobre as aulas que teve, o que foi interessante e o que de novidade ele aprendeu. Só tome cuidado com perguntas como “você conseguiu fazer?”, “mas você não perguntou?”, “a professora deixou você falar?” – elas estão carregadas de significados subjetivos e tendenciosos, saindo do foco que realmente importa: a aprendizagem constante da criança. Portanto, prefira não julgar a rotina pedagógica nem transmitir as suas opiniões sobre as aulas. Ao contrário, seja mais ouvinte, pergunte o que ele quer contar e deixe-o fazê-lo do seu jeito. As crianças amam compartilhar coisas, permita que elas façam isso com você!


6. LIDEM JUNTOS COM AS FRUSTRAÇÕES


Passar por frustrações faz parte da vida. Permita seus filhos sentirem e superarem este momento. Como? Não resolvendo as questões por eles, não impedindo que eles sofram as frustrações, mas acolhendo esses momentos e ajudando-os a aprender a importância de superar desafios. Há pais que enviam mensagens aos professores dizendo que seus filhos se sentiram mal ou ficaram tristes por não terem tido a oportunidade de falar na aula ao vivo. Entenda: ao mandar uma mensagem assim para o professor do seu filho, você está resolvendo uma questão pela qual ele deveria passar sozinho, com o seu acolhimento como responsável, não resolvendo o “problema”.


Ao invés disso, quando acontecer uma situação como essa, converse com seu filho, pergunte o que aconteceu, questione como se sente, permita que ele se sinta triste e até chore por isso. Não retire de seu filho a oportunidade de sentir todas as emoções, deixe que o sentimento venha e, quando ele se acalmar, foque na solução com a participação dele, com perguntas como: “o que você acha que podemos fazer?”, “você gostaria de mandar uma mensagem para seu professor contando o que queria ter falado em aula?” – se for esse o caso, deixe que ele dite a mensagem pra você caso ainda não saiba escrever.

Em resumo, aproveite a oportunidade que tem agora de estar acompanhando seu filho “em sala de aula” e esteja ao seu lado para todos os momentos: quando ele se sente triste, frustrado, com medo, magoado, com raiva, feliz, orgulhoso etc. (Uma dica: o livro “Tenho monstros na barriga”, de Tonia Casarin, é uma leitura agradável, sobre um menino que sente coisas mas não sabe o que é! Ensina emoções e ajudará seu filho a entender o que sente.)


7. RESPEITE O MOMENTO DE AULA


Se você ou alguém acompanha seu filho durante as aulas ao vivo, respeite esse momento. Esteja ao lado para ajudar, ser suporte nas questões tecnológicas, mas não para fazer por ele ou opinar todo o tempo sobre o que vê. Além disso, faça o possível para proporcionar um local próprio para o aprendizado, com silêncio e sem muitas distrações. As crianças não são multitarefas como os adultos, e se no momento da aula ela estiver na cozinha enquanto você está fazendo o almoço, ou na sala enquanto você limpa a casa ou alguém assiste TV, isso o afasta do aprendizado, além de causar um ruído gigantesco na aula remota e atrapalhar toda a turma.


Outro ponto importante: permita que seu filho seja ele mesmo na aula. Não fique cutucando-o para falar, perguntar, compartilhar ou mostrar que bonito ficou seu trabalho. Deixe-o ser ele mesmo, quem ele seria se você não estivesse ali, continuando ao lado para o suporte necessário, mas sem se intrometer na aula ou dar por ele as respostas. Aquele é o momento do seu filho com os seus colegas de turma e com o professor, você é coadjuvante ali. Então se coloque no lugar dele e aja como gostaria que os outros fizessem se fosse você quem estivesse numa reunião com colegas de trabalho.


8. RESPEITE OS PROFESSORES DO SEU FILHO


É bem comum os pais julgarem as aulas, a didática, o conteúdo, o comportamento e até (pasme!) a roupa e a maneira de falar dos professores. Isso não é legal! Cada professor tem uma formação diferente, uma criação diferente, uma experiência de vida diferente, um estilo diferente. Assim como cada criança. E, ainda que sejam autoridade ali, professores também têm dias ruins, cansaço, exaustão e também estão passando por um momento complicado, porque não é nada fácil ministrar aulas de maneira remota.


Portanto, respeite os professores de seu filho da mesma maneira como você quer que seu filho seja respeitado: com suas limitações, habilidades, dificuldades e jeito de ser. E se tem alguma questão com a proposta pedagógica apresentada, procure informar-se, esteja mais próximo da escola e entenda as diretrizes curriculares que os professores estão seguindo (porque certamente eles estão). Se ainda assim tiver dúvidas, não hesite, procure diretamente o professor e explique-as.


Inclusive, fazer tudo isso é também dar o exemplo para que seu filho, quando tenha dúvidas, não tema perguntar. Em tempos de ensino 100% presencial, os alunos tinham acesso direto e em tempo real aos professores; agora, muitas vezes ficam angustiados por não entenderem uma atividade e não sabem a quem recorrer por estarem longe. Ou ainda têm medo ou vergonha de perguntar, acham que têm que dar conta de todas as atividade sozinhos ou, como já comentamos, pedem para os pais resolverem. É importante que o diálogo, não só seu, mas também do aluno com os docentes, seja aberto e próximo, até mesmo para o professor saber quais são as dúvidas e dificuldades da criança e, junto da família, todos poderem ajudá-lo melhor.


9. TRAGA OS ENSINOS DA AULA PARA A CASA


A oportunidade de aprender a organizar sua rotina, ser responsável com os estudos e ter foco pode servir como um trampolim para que a criança ou adolescente aplique todos esses aprendizados na vida familiar também. Então, envolva-os nas atividades da casa, desde limpar e organizar o quarto até preparar de uma receita, arrumar a mesa para uma refeição, regar as plantas, tirar o lixo, estender/dobrar roupas, guardar a louça, ajudar com as compras e por aí vai.


A participação dos filhos nas tarefas domésticas diárias, além de ajudar de forma prática na dinâmica da família, coopera para o desenvolvimento do senso de responsabilidade, coletividade, autonomia, proporciona o gasto de energia e a valorização do tempo e do trabalho do outro e ajuda na higiene mental. Além disso, pode servir como ferramenta para trazer a teoria dos conteúdos curriculares para a vida real, como por exemplo, a compreensão de como fazer uma receita (interpretação de texto, noções de quantidade, ordem e sequência, sólidos, líquidos), de separar o lixo (os três Rs da sustentabilidade – reduzir, reutilizar, reciclar), de lavar louça (uso consciente da água, ciclo da água, conta de água, esgoto), etc.


10. RESPEITE O RITMO DOS SEUS FILHOS


Talvez a mais importante de todas as dicas seja essa. Ainda que pareça óbvio, no dia a dia podemos, com nossas atitudes apressadas e sem presença, ignorar este fato: cada criança faz as coisas de uma maneira. E com aprender não seria diferente. Há alunos mais independentes e autônomos, que têm total capacidade de “caminhar com as próprias pernas”, e há os que precisam de mais apoio e mediação no processo de estudo. Independentemente da idade que tenham. Por isso, é fundamental que nós, pais, estejamos atentos às necessidades dos nossos filhos (a dica de acompanhar sua vida escolar ajuda aqui também).


Muitos alunos precisarão da nossa mediação no entendimento e na realização de algumas atividades, como ler junto, ajudar a entender o que está sendo pedido em determinado exercício, conversar sobre possíveis ideias de tema e argumentos para uma redação etc. Vale ressaltar que em tempos sem pandemia o professor fazia essa mediação em sala de aula e, por mais que ele esteja disponível de maneira remota e virtual, nada substitui a interação presencial. Portanto, esteja disponível e mostre para eles que está ali. Crianças e adolescentes têm se sentido muito sozinhos no confinamento e um dos nossos papéis como pais, especialmente nesse momento, é disponibilizar-se, acolhê-los, e respeitá-los em sua individualidade.


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