Atendimento Psicopedagógico
A psicopedagogia é uma área de conhecimento que alia a psicologia e a pedagogia no suporte de crianças, adolescentes, jovens e adultos em questões relacionadas ao aprendizado. Todos nós nascemos com uma estrutura fisiológica que nos possibilita crescer e desenvolver. É a partir dos primeiros contatos do bebê com seus pais e cuidadores que a aprendizagem começa. À medida que se desenvolve, o bebê vai ampliando sua interação social, então ingressa na escola e expande suas aprendizagens.
Esse processo de aprendizagem, porém, pode sofrer interferência ao longo do seu curso levando uma pessoa a apresentar alguma resistência e dificuldade na aprendizagem dos conteúdos acadêmicos, tanto no início como durante o período escolar e surgem em situações diferentes para cada aluno. A origem dos problemas também varia em sua complexidade, podendo ser de ordem orgânica, psicológica e ambiental. A morte de um ente querido, por exemplo, separação dos pais, ou uma mudança de escola, cidade ou país, pode gerar uma desestabilização emocional, resultando em um desinteresse por aprender. Da mesma forma, um estudante que sofre de apneia do sono ou um comprometimento de visão, por exemplo, pode apresentar comportamento agitado, falta de concentração e foco, comprometendo sua interação com seus pares e com a aprendizagem.
Apresentar algumas dessas dificuldades é algo absolutamente comum. Aconteceu comigo, e o fato de acontecer com o seu filho não é motivo de desespero. Mas, sim, é importante que seja cuidado, o que requer uma investigação cautelosa por parte da família, da escola e, preferencialmente, de um profissional. Ou mais, como o leque de dificuldades, problemas, transtornos e patologias é bastante amplo, dependendo do caso o paciente deve ser atendido por uma equipe multidisciplinar composta por psicopedagogo, psicólogo, psicomotricista, fonoaudiólogo, pediatra, neurologista e fisioterapeuta, para que juntos planejem ações que o auxiliem a superar os desafios escolares.
“O único homem que se educa é aquele que aprendeu como aprender: que aprendeu como se adaptar e mudar...”
Carl R. Rogers
Meu atendimento psicopedagógico na prática
Usando estratégias e recursos variados, como jogos, charadas, histórias, músicas, desenhos e pinturas, entre outros, faço sessões de aproximadamente 50 minutos, nas quais:
Busco compreender a maneira como o paciente aprende.
Avalio e identifico possíveis problemas, dificuldades e transtornos de aprendizagem.
Proponho ações interventivas e terapêuticas para essas questões identificadas.
Auxilio o paciente a ressignificar e superar seus desafios a fim de se tornar protagonista na constru-ção do próprio conhecimento.
Aprofundando algumas das minhas abordagens
Abordagem psicanalítica
Considera os aspectos inconscientes do paciente, as representações mais profundas, que se expressam por sintomas e que aparecem na interação e relação com o terapeuta. Entende que rupturas durante o processo de amadurecimento e desenvolvimento, tanto orgânico como psíquico, podem ser a razão do não aprender. Nesse trabalho, procuro compreender essas rupturas, entender as potencialidades e recursos preservados do sujeito, oferecendo então estratégias práticas para resgatar o desejo e a capacidade de aprender.
Lidar com as dificuldades de aprendizagem/escolares
As dificuldades de aprendizagem são alterações nos padrões de aquisição e desenvolvimento das habilidades escolares (aquisição e uso da fala, leitura e escrita, raciocínio e habilidades matemáticas) que não sejam decorrentes da falta de oportunidade para aprender. Podem estar associadas a algum tipo de disfunção biológica, e se caracterizam por serem dificuldades persistentes, prejudicando o aprendizado acadêmico em habilidades de leitura, escrita e matemática.
Utilização de estratégias diversificadas
Nas consultas faço uso de jogos de tabuleiro, textos, desenhos, brinquedos variados, miniaturas, construção e contação de histórias, construção de jogos e brincadeiras, trabalhos manuais, material pedagógico do próprio paciente, entre outros. Tudo isso é escolhido de forma personalizada, conforme o interesse, a faixa etária e as necessidades de cada aluno.
Visão holística: emocional e cognitiva
Leva em conta os aspectos afetivos do paciente: sua história pessoal e relacional; seu desenvolvimento físico/orgânico; sua história familiar e escolar; seu modo de aprender, o que, como e por que aprende.
Lidar com problemas de aprendizagem
É uma perturbação na aprendizagem, independentemente do nível intelectual do aluno, que não permite que ele aproveite as suas possibilidades e oportunidades para aprender. São situações difíceis enfrentadas pelo paciente, com um desvio no quadro considerado normal, mas com expectativa de aprendizagem a longo prazo. Pode ser considerado como um sintoma, no sentido de que não configura um quadro permanente, mas compõe uma constelação peculiar de comportamentos, que se destacam como um sinal de descompensação.
“Curar o mal pela raiz”
Tanto as dificuldades como os problemas de aprendizagem podem ser desencadeados por fatores orgânicos (saúde física deficiente, falta de integridade neurológica, alimentação inadequada etc.), psicológicos (inibição, ansiedade, angústia, inadequação à realidade, sentimento generalizado de rejeição etc.) e ambientais (tipo de educação familiar, grau de estimulação que o sujeito recebeu desde os primeiros dias de vida, influência dos meios de comunicação e mídia, etc.) e meu trabalho é construído a partir da identificação dessa origem, para que seja oferecida uma proposta verdadeiramente eficaz.
Mitos e verdades sobre o atendimento psicopedagógico
Não é uma sessão de reforço escolar.
Os conteúdos acadêmicos do aluno poderão ser utilizados como estratégia e ferramenta de trabalho durante as sessões, mas o foco é no aperfeiçoamento do aprender.
Não é igual para todo mundo.
A quantidade de sessões, de encontros e a duração tanto do processo terapêutico e como do acompanhamento escolar dependerá da natureza e grau de dificuldade/problema, das demandas e necessidade de cada um. Há pacientes que nas primeiras quatro encontros já se percebe uma mobilização e mudança interna, enquanto outros precisam de mais tempo para construir vínculo, se abrir para uma relação interpessoal com o profissional, interiorizar e processar cognitiva e psicologicamente as intervenções propostas e realizadas.
Não é aula particular.
É um trabalho terapêutico que tem como foco ajudar o paciente a superar suas dificuldades e/ou problemas de aprendizagem, sejam elas de fundo fisiológico, emocional ou social.
Não é receita mágica nem dá resultado imediato.
Mas é um trabalho comprovadamente eficaz, que traz como benefícios: resgate da autoestima e autoconfiança; motivação, interesse e vontade de estudar;
curiosidade por aprender; resgate do potencial criativo e autoral de construir, produzir, jogar e brincar; relação familiar, com os pares escolares e professores mais harmonioso; autonomia e independência tanto no processo de aprendizagem como nas atividades da vida cotidiana.
Não precisa ser só em pessoa.
É possível atingir os mesmos objetivos com atendimento online, mas isso dependerá da disponibilidade do paciente no estabelecimento de vínculo e na relação com o profissional de maneira virtual. Dependerá também do ambiente, um espaço reservado, materiais de apoio e infraestrutura tecnológica. Algumas vezes, dependendo do perfil e idade do paciente, um dos pais precisa participar das sessões online para mediar a comunicação com o profissional.